Bearded Runner on Instagram

segunda-feira, 29 de junho de 2015

1º Treino de Trilhos Pernas de Gafanhoto - Preview

Ou em inglês, para ficar melhor: I Trail Train Session by Pernas de Gafanhoto!

Como vos disse há uns tempos, andava aí com umas ideias que serviriam para eu treinar e ainda meter outros a correr. Assim, surgiu o 1º treino de trilhos, orientado por mim, com a ajuda dos meus colegas Gafanhotos, e aberto a quem quiser aparecer. Será um treino informal onde estarão algumas pessoas que se irão iniciar nos trilhos.

O percurso será acessível a todos e divertido, tendo estrada e algumas zonas mais técnicas. Serão cerca de 15kms e 400D+. Não sou grande conhecedor de Monsanto, mas gosto deste percurso que costumo fazer com regularidade, quer pela distância, desnível, pelas zonas mais técnicas a ziguezaguear a vegetação e pelas subidas que me deixam sem fôlego e a caminhar de nariz no chão. Teremos, inclusivamente, uma pequena parede de escalada que, se todos quiserem, a podemos subir duas ou três vezes.

Será uma oportunidade para as pessoas conhecerem melhor os Pernas de Gafanhoto e de passar um final de tarde divertido. Já conto com a presença de nomes sonantes, como o João Campos, e, se forem todos os que aceitaram o convite no Facebook, seremos mais de 30 pessoas. Quero muito que tudo corra bem e que este seja o primeiro de muitos treinos. Quem se quiser juntar, basta aparecer no estacionamento ao pé da Pastelaria Califa, em Benfica, pelas 19:30, equipado a rigor e com vontade de correr! Podem ver o evento no Facebook AQUI. É JÁ DIA 2 DE JULHO!


Depois, tenho ainda planos para outros treinos, mais virados para o reforço muscular e funcional, mas ainda está em estudo o dia e local da primeira sessão. Quando estiver tudo definido, comunicar-vos-ei!

terça-feira, 23 de junho de 2015

Um dia seria o primeiro.

Vou-vos contar uma estória. Daquelas em que os animais falam.
É a estória do galo fanfarrão.
Certo dia, um agricultor achou que o seu galo já era velho e que precisava arranjar um novo para galar as suas galinhas. Assim, apareceu no galinheiro com o galo novo, atirou-o lá para dentro e disse-lhe para galar as galinhas todas. A primeira coisa que fez quando chegou, o galo mais novo e mais forte, foi encher os peitos de ar e gritar que agora quem ali mandava era ele. O galo velho, não querendo perder o seu lugar, foi até ao galo novo e pediu-lhe uma oportunidade para continuar a mandar ali. O galo novo disse-lhe logo que não. Mas o galo velho insistiu e lançou-lhe um desafio: "Façamos uma corrida à volta do galinheiro. O primeiro de nós a dar 10 voltas, ocupa o trono.". O galo novo, mais forte e fanfarrão, aceitou o desafio sem pestanejar. No outro dia, pelo fresco da manhã, lá estavam os dois prontos para a corrida. 1, 2, 3, e lá arrancaram os dois. O galo mais novo, forte e fanfarrão, arrancou a alta velocidade, deixando um rasto de poeira atrás de si. De vez em quando ia ultrapassando o galo velho, dando-lhe voltas de avanço. Ao fim das 10 voltas, o galo novo, mais forte e fanfarrão, parou na meta onde o galo velho estava sentado, com os bofes de fora. O galo mais novo, mais forte e fanfarrão, rindo-se e vangloriando-se da sua vitória, perguntou ao galo velho quantas voltas tinha conseguido dar. "Só consegui dar duas voltas, mas já galei as galinhas todas", respondeu o galo velho.

Eu no fim de semana passado, fui o galo novo e fanfarrão. Não, não fiz numa corrida para ver quem galava mais galinhas, mas fiz uma corrida para a qual não estava preparado e, armado em fanfarrão, vi-me forçado a desistir. Foi na Lisbon Eco Marathon, uma maratona em pleno Monsanto, que me deixou sentado no passeio e a pedir que me levassem para a meta.

Os treinos, embora mais habituais, ainda não são constantes e suficientes para determinadas provas e, numa daquelas madrugadas longas, vi esta prova e decidi inscrever-me. Podia ter ido nos 21kms, podia ter ido nos 30kms, mas, fanfarrão, fui nos 42kms. Em Monsanto, sabia que não seria uma maratona de estrada, mas também não seria um trail a 100%, por isso, achei que seriam favas contadas. No sábado, às 17horas, já estava na zona da partida, pronto para o desafio. A partida deu-se às 18horas em ponto e os primeiros 10kms foram feitos em alcatrão, debaixo e sobre muito calor, quase sempre a subir. Mas sentia-me bem, sentia-me capaz e fui variando o ritmo entre os 6'/km a subir e os 5'/km a direito ou a descer. Fui bebendo água de 3 em 3 kms sensivelmente. O primeiro abastecimento surgiu aos 10km, onde aproveitei para beber bastante água e despejar alguma pela cabeça abaixo. Segui e aos 11kms houve novo abastecimento. Voltei a fazer o mesmo que no primeiro. Continuava a sentir-me bem, sem grande cansaço físico e a conseguir manter os ritmos pretendidos. Nas subidas, conseguia não parar. O imenso calor que se fazia sentir, obrigava-me a beber muita água e, a determinado momento, comecei a senti-la a pesar no estômago. Parei para um xixi e libertar mais água e fiz-me ao estradão. Aos 15kms, ia com 1h30m de prova e comecei a sentir alguma fome. Tirei um gel aquoso e tomei-o. Sabia de antemão que esta prova não iria ter nenhum abastecimento sólido e fui preparado com aquilo que sabia conseguir comer com o calor que estava. A meio da prova, encontrei um colega Gafanhoto que ia ficar por ali. Sentia dores nas pernas e nas costas, os treinos também não eram assim tão regulares e, por isso, decidiu abandonar. Mandou-me seguir a minha corrida e lá fui.

Não se pode dizer que o percurso fosse desconhecido para mim. Muitas das zonas são habituais dos meus treinos solitários ou quando vou com outros grupos. Sabia, portanto, as subidas que iriam dar luta e o seu tamanho. Nesta fase, comecei a guardar-me um pouco, porque as pernas começavam a dar sinas de fadiga e o estômago continuava a incomodar-me. Ao km 24, numa descida mais acentuada, o estômago deu o peido mestre e não conseguia correr sem que tivesse a sensação que me ia saltar pela boca. Arrastei-me, literalmente, até ao km 26, onde estava novo abastecimento e fiquei por ali, pedindo boleia até à meta.

Nunca tinha desistido de uma corrida. A coisa mais próxima que tive disso foi numa Corrida do Tejo em que me lesionei ao km 7 mas caminhei até à meta. Desta vez, não estava lesionado, mas estava demasiado longe da meta e do carro para ir a pé. Desisti porque levei uma tshirt de alças demasiado pequenas que fez com que a mochila de hidratação me arrancasse pele e já mal aguentava aquele roça-roça. Desisti porque não estava devidamente preparado para a prova e porque a encarei como uma coisa garantida. Fui fanfarrão e paguei por isso. Quando me deixaram a 200m da meta, tirei o dorsal, passei ao lado do pórtico e segui em direção ao carro, sem olhar para trás. Não me sinto mal em ter desistido. Como em todas as outras coisas, serve de aprendizagem. Aprendi que se não estou a 100%, ir na prova mais curta não me vai tirar nenhum mérito, e que mais vale pequena e até ao fim que grande e ficar a meio. Daqui a menos de 1 mês tenho o Monte da Lua e quero estar preparado para ele, portanto, resta-me treinar com afinco.

Sobre a organização, o que tanto se queixaram o ano passado, de falhas de marcação, este ano nada a apontar. As estradas eram fáceis de seguir e em todos os cruzamentos ou pontos de viragem, estavam os voluntários (na grande maioria crianças e jovens) a indicar o caminho e a incentivar os atletas. Foram incansáveis a ir ao encontro das várias pessoas que pediam ajuda e que quiseram desistir, mesmo levando o carro a locais de difícil acesso. Enquanto me levavam para a meta, recolhemos vários outros atletas e o telemóvel do condutor recebia chamada atrás de chamada com outros novos pedidos. Mas, para mim, a organização falhou num aspeto que tem dado que falar no Facebook, onde muitas pessoas são de opinião contrária à minha.

No regulamento avisam que não há abastecimentos. Existirão, postos de ajuda com água, onde os atletas poderão encher os seus depósitos e beber água. Isto acontece porque a organização quer ser muito ecológica e preservar a Serra de Monsanto - o que eu louvo! Por isso, as águas eram-nos dadas em garrafas de 33cl, assim às centenas. Havia, também, uma vassoura team, composta pelos caminhantes, com o principal objetivo de apanhar o lixo que os atletas da maratona e meia maratona iriam deixar. Estes caminhantes deviam levar mochila para guardar o lixo. Esta caminhada teve 30kms, e foi paga pelos participantes! Eu sei que sou um gajo que corre pouco, mas quando vejo que malta da caminhada fez a prova em pouco mais de 2horas, percebo que não foram com intenção de apanhar qualquer tipo de lixo. Mas o meu maior problema com a organização não é com o facto de terem prometido uma coisa e terem dado mesmo isso. Prometerem que só davam água e só deram água. O meu problema com a organização, e o que eu considero uma falha, é o facto de não terem fornecido um abastecimento sólido para nenhuma das provas, nem sequer para os caminhantes que iriam apanhar o lixo.

Façamos algumas contas. A caminhada começou às 18:15. Uma pessoa que fosse o caminho todo a andar, a um ritmo de 10'/km (que é um bom ritmo) demora 5horas a fazê-lo. Chegaria à meta às 23:15. Andar este tempo toda por Monsanto, a subir e a descer, a ter de carregar o lixo que fosse ficando dos outros, sem receber em troca uma banana que seja, parece-me de má fé, e uma forma da organização ter lucro fácil e não se preocupar com a limpeza após a prova. Aliás, tendo em conta os preços que se pagaram para as provas, seria de esperar outro tipo de apoio, mais completo. Mais uma vez, sei que nenhuma organização é obrigada a ter isto ou aquilo, que está explícito no regulamento as condições e que ninguém é obrigado a participar - pagando - nas provas dessas organizações, e que isto não foi o motivo da minha desistência. Mas, na minha opinião, o bom senso das pessoas deverá estar em sintonia com o das organizações e tentar que todos tenham uma manhã, tarde, noite ou dia, o mais agradável possível. Não foi o meu motivo da desistência, mas foi o de outras pessoas que se viram fracas e sem capacidades quando às 22h ainda estavam a 10kms da meta e sem comida e sem abastecimentos que lhes pudessem valer.

Mas sobre isto dos abastecimentos, voltarei num outro post para que este não fuja demasiado ao tema da prova que participei. Acho que sobre este assunto, há muito a debater e muitas opiniões completamente opostas, que poderão ajudar tanto atletas como organizações no futuro.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Power Bank - A ferramenta ideal para os ultra-foto-maratonistas como eu.

Quem daqui já correu uma prova de trail sem tirar uma única foto que atire a primeira raíz!

Se são como eu, que passam quase tanto tempo a tirar fotos ou a enviar uma mensagem àquela pessoa que está na meta ou em casa, preocupada com a nossa segurança, como a correr, sabem a dificuldade que é, com os telemóveis de hoje, ter bateria que dure mais de 5 ou 6 horas. Se pensarmos que uma prova boa, daquelas que gostamos mesmo de fazer, tem, pelo menos, 8 horas, ficamos na duvida: tirar fotos até a bateria se aguentar e ficar sem carga a meio da prova; ou não tirar fotos a nada (ou quase nada) e ter carga até ao final da prova.

Mas no outro dia descobri, por acaso, umas coisas chamadas Power Banks, que não são mais que bancos de energia. Basicamente, uma bateria para carregar o telemóvel quando estamos no meio da serra, longe da eletricidade (uma vez tentei ligar o iphone a uma ventoinha eólica, mas não encontrei a tomada). Como dizia, estava a ver os descontos no Goodlife e dei de caras com uma coisa destas que estava com desconto de 100%. Sim, estavam à venda por 0€ (zero euros). Pagávamos apenas os portes de envio, 4,90€. Não hesitei e encomendei logo dois.Chegou hoje, mas não fiz um unboxing. No entanto posso dizer que é pequena (talvez o dobro de uma barra KitKat), leve e, supostamente, proporciona cerca de 20h extra de bateria. É recarregável através de USB e já trazia o cabo. Agora só espero que me resolva este problema que já me fez ir, mais do que uma vez, à prova mais pequena, só para a bateria se aguentar e eu conseguir tirar uma foto de 100 em 100metros.

O meu telemóvel é um iphonas, aquele só está ali para efeitos de escala.


Entretanto, fui ver se ainda estavam à venda lá no site, mas não estavam. No entanto, estão uns maiores e mais bonitos e sofisticados e com maior capacidade de armazenamento, à venda por 19€.
Se os quiserem ver, cliquem aqui: Power Bank XXL


E era só isto que vos tinha para dizer. Amanhã, depois do trabalho, vou correr num percurso que será o do primeiro treino que vou organizar, por Monsanto. Mais informações sobre isso, daqui por uns dias. Enquanto aguardam, podem ir ler o relato da prova da menina.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Diz que foi um(a espécie de) massacre.

Domingo, 14 de junho 2015, 8h05m, Monsanto.
Quando lá cheguei já lá estavam quase todos. Faltava eu e alguém que ainda conseguiu chegar depois de mim. Não é normal. O que acontece, amiúde, é que eu seja o último. Mas adiante. Quando arrancámos éramos 16 pessoas e uma cadela. Ficámos a perceber que a Nini (a cadela) era quem estava mais bem preparada para o treino, para este Massacre - ou uma espécie disso.

Claro que isto só podia ser um treino do João Campos (não sabem quem é? Fiquem a saber aqui nesta entrevista.), que acha boa ideia que as pessoas se levantem cedo da cama para ir correr no meio da serra, naquele que é o dia da família. O percurso, esse, para além de passar nos locais habituais, teve algumas variações, vindas diretamente de outra cabeça que achou giro praticarmos, para além de corrida, um pouco de escalada.




Com 16 pessoas, já se sabe que cada um tem o seu ritmo. Havendo duas estreantes nisto dos trilhos, os ritmos ficaram um pouco mais lentos que o previsto, mas, verdade seja dita, acho que todos agradeceram estes momentos onde se podia descansar um pouco os pulmões e as pernas. Foi na primeira parede - literalmente - que todos aprendemos uma lição: correr barefoot é muito melhor nos trilhos do que correr com os melhores ténis do mundo. Se tivermos as unhas por cortar, melhor ainda. Podemos cravá-las na terra para aquela aderência extra que tanto nos faz falta. A provar esta teoria estava a Nini, que quando cravava as 4 patas e as unhas na terra, subia disparada a ultrapassar toda a gente. Agora que penso nisto, se calhar a juntar ao barefoot e às unhas grandes, um par extra de pernas dava jeito.





O clima, bem, o clima foi o típico de junho: chuva. O que foi bom. Deu para tirar toda a aderência nas paredes e para nos refrescarmos do ritmo alucinante que levávamos. Deu para olhar para o céu, abrir a boca e hidratar-me nos troços onde não havia bebedouros. No final chegámos todos encharcados, mas o sorriso estava estampado em todos os rostos.





Resumindo, foi uma manhã de domingo daquelas que nos rejuvenesce e nos aquece o espírito. Foram cerca de 15kms em cerca de 2h45m, que nos deixaram preparados para enfrentar o resto do dia com outra garra. Eu aproveitei a tarde para me vingar nas porras fritas na Feira do Livro, porque, como diz o mentor, "A vida não é só corrida"!









segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sonhar em conjunto leva-nos mais longe.

Agora que os dias estão mais longos e as noites ficam mais amenas, sabe muito bem ver um filme, refastelado no sofá, a descansar de um bom treino - ou simplesmente a descansar de um dia cansativo de trabalho.

O que vos trago não é bem um filme, mas sim o documentário do sonho de dois amigos britânicos - Chris Finill (52 anos) e Steve Pope (45 anos) - em atravessar os Estados Unidos a correr. São 4828,032 kms (3000milhas) em autosuficiência, tanto monetária como de tudo o resto. Será que o conseguirão, naquela que é a sua última oportunidade de concretizar este sonhos de anos? Vale muito a pena ver este extraordinário documentário desta viagem.



terça-feira, 9 de junho de 2015

O treino de regresso. (e pequeno aparte)

Não tendo sido um treino fora do normal, deixou-me as pernas a tremelicar, o que me deixou feliz.

Aproveitando o email que a namorada me enviou a pedir que lhe imprimisse um plano daqueles que as gajas fazem para usaram o bikini, decidi que também o iria fazer e que seria a oportunidade certa para começar com algum reforço muscular. Os exercicios - num plano de 12 semanas - acabam por ser aqueles que preciso fazer. Muitos squats, lunges, burpees, saltos e bench climb... Assim, chegado a casa, equipamo-nos e fomos para o Parque das Conchas trabalhar os caparros.

O plano consiste numa série de 8 exercicios diferentes, divididos em 2 circuitos. A ideia é, para os mais avançados, fazer cada exercicio durante 7' e descansar 1' entre cada um deles. Isto dá um total de 1hora de treino. Mas nós não somos top atletas máquinas e, por isso, lá lhe disse que o melhor era começarmos com menos tempo mas conseguir fazê-lo sem muitas paragens. Decidimos, então, que faríamos 3' com 30" de descanso entre cada. Procurámos uma zona da relva que não tivesse ninguém e que fosse próxima de um banco, para o usarmos nos exercicios. A verdade é que mesmo aqueles 3' de exercicio foram complicados. Eu estou em clara má forma e a minha namorada, que não é habitué nestas coisas, sofremos ali um bocado. Mas soube bem e, mais mal ou menos bem, fizemos aquilo que era suposto. Só não usámos os pesos e a bola medicinal porque não os temos, mas parece-me que isto, uma corda para saltar e uma bola de bosu, serão um bom e possível investimento. E, quem sabe, uns elásticos de TRX. O treino foi composto por:

3' Jump Squats + 30" rest
3' Squats + 30" rest
3' Walking Lunges + 30" rest
3' Bench Climb Knee Ups + 30" rest
3' X Jumps + 1' rest
3' Burpees + 1' rest
3' Weighted Step Up + 1' rest
3' Medicine Ball & Press + 1' rest



Depois disto, ainda fui dar uma corrida e ela fez uma caminhada até casa, dando algumas voltas pelo parque primeiro (fez 2kms). Quando iniciei a corrida senti que já não sabia correr. Arranquei devagar e parecia que não conseguia mais do que aquilo. Não sabia se era pelo treino anterior se pelo facto de não correr há já algum tempo. Talvez fosse dos dois. Sei que custou a entrar na cadência e que o corpo se habituasse ao que estava a fazer. Mas a pouco e pouco aquilo lá foi entrando nos eixos e, sem nunca apertar e respeitando o que o corpo me dizia, corri durante 40' sem parar, fazendo a distância de 7,15kms. Não é nada de especial, fui sempre a passo de caracoleta (o mais rápido que fiz foi 5'10"/km), mas nunca parei e isso já é bom para início. De qualquer forma, dia 20 junho tenho a maratona da Eco Lisbon, em Monsanto, e deixa lá ver se a consigo fazer sem falecer!




(Pequeno aparte)

Eu sei que o verão está aí e que isso é motivo para que as pessoas queiram ter os seus corpos preparados para serem expostos ao sol e aos olhos dos mirones. Sei que muita gente só faz alguma coisa quando este tempo chega. Mas é muito bom ver um parque cheio de pessoas a fazerem exercicio, ou sozinhas, ou em grupo, ou ainda com treinadores. Cada árvore, cada espaço de relva, cada banco, estava com alguém a dar-lhe na transpiração. Uns mais intensos, outros mais descontraídos. Uns super focados, outros a brincarem com os telemóveis e a tirar fotos. O que interessa é que estavam todos na rua em vez de sentados no sofá a olhar para a televisão. E, depois, claro, é tão bom ver calções curtinhos e justinhos, com que as meninas se passeiam (menos se fosse o Filipe)... Até nos dá outro alente e vontade!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O início de um novo ciclo.

Foi há 3 anos, mais ou menos por esta altura - mais dia, menos dia -, que me fui matricular na universidade para dar início à minha licenciatura. Juro que parece que foi ontem que lá estive a preencher os papéis. Mas, entretanto, passaram os tais 3 anos e, se tudo correr conforme planeado, brevemente estará concluída. Durante este periodo, muita coisa aconteceu, tanto a nível profissional, como pessoal e também académico. Para além de descobrir uma vontade grande de trabalhar naquilo que estou a aprender, encontrei duas grandes paixões que, com o tempo, se transformaram em amor: a minha namorada e o trail running.

Como trabalhador e estudante que fui - e sou - durante estes 3 anos, posso dizer que estas duas paixões nunca conseguiram ter a atenção que merecem. O trabalho e as aulas acabaram sempre por levar a melhor e fiaram em primeiro e segundo plano: as aulas porque preciso delas para aprender e o trabalho porque preciso dele para pagar as propinas. Foram 3 anos de muita luta e muito sacrificio, onde tentei encaixar, o melhor possível, tudo o resto. Este último ano letivo, mais concretamente este último semestre, foram mais duros que o Ultra Trail de Piódão, feito de costas e ao pé cozinho.

Felizmente, este ciclo está prestes a fechar-se, iniciando, imediatamente, tantos outros. Não sei se conseguirei iniciar logo um novo ciclo de trabalho, mas sei que o vou fazer no namoro e na corrida. Vou poder sair do trabalho e ir ter com a minha namorada para ir ao cinema, jantar fora, sentar-me numa esplanada a beber uma coca-cola, ir ver um pôr-de-sol, enfim, namorar! Vou poder sair do trabalho e ir correr onde me apetecer, seja cidade ou campo. Posso até ir correr de manhã antes do trabalho porque me posso deitar a horas decentes. Posso até, na loucura, correr duas vezes ao dia!

É certo que ainda faltam os exames finais, que ainda me vão roubar umas quantas noites de sono, mas vou andar bem mais folgado. Quero dar início a um plano de treinos com vista a todos os projetos que tenho para o próximo ano, e alguns ainda para este. Já falei com aquele que poderá ser uma espécie de personal coach e que me ajudará nesses objetivos. Vou treinar muito e não esquecer o reforço muscular! Vou voltar a entrevistar pessoas aqui para o blog. Vou tentar dinamizar mais isto com umas ideias que me andam a encher a cabeça há já algum tempo. Estou na altura ideal para iniciar tudo aquilo que esteve em stand-by durante 3 anos.

Chegou a altura de novos inícios.
A começar já hoje!

Uma foto antiga, mas que demonstra esforço!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Às vezes, simplesmente, não dá...

Por estes dias já devem ter desistido de aqui aparecer. Eventualmente até já estavam a pensar que tinha finalmente percebido que a corrida não é para mim e que arrumei os ténis, que queimei todas as t-shirts das provas que fiz e que derreti as medalhas para tentar receber algum dinheiro.

Mas a verdade é que continuo a querer correr, mesmo sabendo que nunca ganharei nada com isso (a não ser, claro está, a nível pessoal). E se por um lado quero correr, por outro lado não consigo correr. Não por imposições físicas, mas de outra ordem. A nível mental. Tenho o cérebro demasiado gasto para conseguir forçar o corpo a ir correr. Uma sucessão de acontecimentos menos bons e maus relegaram-me para um canto onde não me via há algum tempo. No mês de Maio não fiz sequer 100kms, ficando-me pelos 87,1kms.

O trabalho tem exigido que me desloque muitas vezes para fora de Lisboa, impedindo-me de correr pela manhã, uma vez que não é fácil, por exemplo, ir de Lisboa para Ponte de Lima e ainda querer regressar antes do dia seguinte a Lisboa, sem ter de sair muito cedo.
A universidade, nesta fase final de curso, está mais exigente que nunca. Trabalhos e mais trabalhos, uns de grupo, outros individuais, bem como as frequências e todas as outras atividades extra-curriculares que nos são propostas e que, queiramos ou não, nos enriquecem o currículo (participei num evento "Prémio Comunicar" e ainda consegui arrecadar um 3º lugar!). Trabalhar durante o dia e estudar durante a noite, sempre até altas horas da madrugada (não me lembro da última vez que me deitei antes das 3h da manhã, fins de semana incluídos), deixam-me demasiado cansado para me levantar de manhã e ir correr e sem tempo para correr no final do dia.

A juntar a isto tudo, a morte da minha companheira Moenga - a minha cadela, a mais linda do mundo - durante o seu parto - morrendo também os filhotes -, arrasou por completo toda a minha família. A Moenga foi uma cadela que adotei quando ainda era uma recém nascida, no ano de 2007. Desde então, passou a membro da família, sendo como uma filha para mim e uma neta para os meus pais. Vimo-la crescer e tornar-se um animal de uma inteligência extrema. Vimo-la crescer e meter-se em apuros por ser curiosa demais e acabar por ser internada 2 vezes no veterinário. Vimo-la crescer nas herdades alentejanas, onde era livre para correr por onde quisesse. Não vivia presa a uma corrente. Vivia solta como qualquer animal e humano deve viver. Por ser um animal tão querido e inteligente, quisemos que ela tivesse filhos, que o espírito da Moenga continuasse vivo, mesmo depois de nos deixar, daqui a muitos e felizes anos. Quis o destino que fosse isso a matá-la, matando-nos também a nós um pouco por dentro.

Esta será a última semana de aulas antes dos exames finais. As apresentações estão todas feitas e a partir de agora é estudar. Vou poder, finalmente, sair do trabalho e ir correr para descomprimir. Vou, finalmente, conseguir correr para pensar em tudo o que preciso pensar. Vou, finalmente, conseguir correr apenas porque gosto de correr. Tenho o Monte da Lua daqui a pouco mais de 1 mês e, entretanto, inscrevi-me na Lisboa Eco Maratona, já no dia 20 de junho em Monsanto. Espero conseguir treinar mais e melhor a partir da próxima semana. Tenho planos para o futuro que quero mesmo concretizar. 

Para a semana, já corro!