Bearded Runner on Instagram

sábado, 31 de janeiro de 2015

Da Roca a Sintra.

Domingo, 25 de janeiro, 44kms.

Os primeiros 17kms foram feitos na 25ª Corrida Fim da Europa, naquela que foi a minha estreia na prova. Correu bem. Tinham-me dito que havia um ponto critico, uma espécie de parede em forma de estrada e que para muitos dos atletas o grande objetivo é subi-la sem parar, coisa que consegui sem abrandar muito o ritmo; que o inicio é sempre a subir, cerca de 3kms, a ziguezaguear pela Serra, coisa que também fiz sem parar de correr; que o final é sempre a descer - coisa que eu, talvez por me dizerem sempre isso nos trilhos e nunca ser bem assim, não acreditei - e é mesmo sempre a descer, onde fiz bons ritmos e sem dores. Ao fim dos 17kms e 1h25' cortei a meta. Podia ter feito melhor, mas ainda me esperava um longo regresso até Sintra. Se quiserem ler mais detalhadamente sobre a Fim da Europa, podem fazê-lo aqui.

O regresso  do Cabo da Roca para Sintra há muito que estava pensado. Seria a correr, por trilhos, pelo meio da Serra, num percurso a rondar os 25kms. No final da Fim da Europa, trocar de roupa, de ténis, mochila às costas e foi ver 5 'manos loucos' a partirem com um sorriso na cara. 





O inicio foi perto do Farol, na zona mais ocidental da Europa. Do outro lado, quase que se via as Americas. Começámos bem, a descer. A descer bem! Por trilhos bastante técnicos cheios de rocha, vegetação e alguma areia solta. Mas como no final de qualquer subida há uma descida, o contrário também é verdade, e, quando demos por nós, estávamos a praticar escalada. Os primeiros 1500m foram feitos em 35minutos! Num cenário completamente deslumbrante, subimos por um single track rodeado de vegetação, que nos deixou sem ar nos pulmões, pela sua dificuldade e pela sua vista. Para onde quer que olhássemos só se via água. Foi, provavelmente, o lugar mais lindo onde já estive.








Passámos por outro grupo de pessoas decididas a enfrentar aquelas arribas, aquele sobe e desce louco que nos deixa os músculos das pernas a arder e o coração a bater 4 vezes mais o seu normal, ao mesmo tempo que nos enche os pulmões de ar puro a cada golfada de ar que engolimos.










Depois, e até entrarmos realmente na Serra, o percurso foi mais fácil e feito de estradões de terra batida. Até chegarmos à Azóia foi um tirinho, onde ainda nos deparámos com algumas subidas que nos fizeram andar grande parte delas. Pelo caminho, ainda parámos no Moinho de Don Quixote, um restaurante escondido perto da falésia, quase na Azóia, com uma vista fantástica sobre o oceano. Fomos, também, beber água fresquinha de uma fonte e descansar um pouco as pernas. Depois deste ponto, estávamos mais do que prontos para a Serra.





Quando entrámos na Serra o percurso ficou bem mais técnico e complicado. Seguir o caminho numa prova é relativamente fácil por termos as marcações. Seguir um track num GPS, já requer algum cuidado extra e muito de 'tentativa e erro' quando nos deparamos com uma encruzilhada e temos de decidir se viramos já ali ou na próxima estrada. Mesmo com 3 pessoas com o track no GPS, houve alguns enganos, mas que nos fizeram correr um pouco mais, o que também é bom.








O trilho estava bastante degradado, cheio de árvores caídas que dificultavam imenso a passagem. Ora tínhamos de trepar os troncos, ora tínhamos de quase rastejar para avançar. A juntar a isto, as chuvas recentes deram uma vivacidade extra às silvas que nos tentavam arrancar olhos, e tornavam perigosamente escorregadias as pedras com musgo. Este era um trilho essencialmente para bicicletas, pois as rampas para os saltos abundavam por ali. Não fossem as árvores a impedirem a passagem, e tínhamos corrido um pouco mais. Assim, muito desta parte do percurso teve de ser feita em andamento rápido. O que também não faltou no caminho foram pequenos altares de rituais voodoos, ou qualquer coisa do género. O 'melhor' que vimos foi um cheio de fruta e legumes, que metia a Carmen Miranda a um canto.






Depois desta zona, apanhámos, finalmente, trilho para correr, e não nos fizemos rogados. Fomos por ali abaixo, em plena comunhão com a Serra e a Natureza, ouvindo os pássaros e a água que passava num pequeno riacho. Foi das zonas mais giras do percurso, entre árvores, com o sol a iluminar o caminho. Felizmente, não choveu, o que nos permitiu desfrutar muito mais do 'pequeno' treino que estávamos a realizar. Por esta altura, já íamos com mais de 2horas de corrida e ainda mais de metade do percurso por fazer. Apesar disso, e como isto dos trilhos é para se apreciar, as paragens para as fotos eram uma constante. Aqui, de vez em quando, lá nos cruzávamos com outras pessoas que por ali andavam a passear. Vimos casais com bebés de colo, casais a passearem os cães, um grupo a fazer umas filmagens quaisquer - pelo sitio onde estavam a filmar, não me admirava nada que fosse um daqueles filmes com um guarda-roupa muito reduzido -, só não vimos foi outras pessoas a correrem. Foi então que demos com aquela que seria a segunda grande subida do percurso.

 

Ainda arriscámos corrê-la um pouco, mas rapidamente desistimos dessa idiotice e caminhámos-la. No final, e enquanto se esperava que o grupo se unisse, foi hora de comer qualquer coisa. Valeram-nos as sandes e napolitanas dadas no final da Fim da Europa. Dividimos a comida entre nós, reabastecemos forças, hidratámos o corpo e seguimos viagem. A coisa que mais gosto nisto dos trilhos, para além do desafio físico, é, sem qualquer dúvida, os locais por onde passamos e a sua beleza. Muitas vezes, se não fosse pelos trilhos, nunca seriam vistos. Desta vez, não foi diferente. Encontrámos uma lagoa 'secreta' linda onde aproveitámos para tirar mais umas fotos e deliciar os olhos. Ok, não seria secreta porque andava lá mais gente a pé, mas é certamente um local onde poucas pessoas vão.




Infelizmente, foi-nos impossível seguir o track tal como previsto, pois, num dos pontos, havia uma cerca que nos impedia de passar. Assim, tivemos que encontrar um caminho alternativo, o que nos levou a ter de correr por estradas de alcatrão. Com este desvio, fomos dar várias vezes a sítios com a passagem bloqueada, ou por muros ou por portões, e mais desvios tiveram que ser feitos. Já íamos com mais de 4horas e cerca de 20kms percorridos. Visto que seguir o percurso original não era possível e como nos estávamos a atrasar bastante, decidimos que o melhor era fazer a parte final pela estrada de alcatrão. Ao fim de 5horas chegámos a Sintra, mas não ao local onde iríamos acabar. Assim, parámos no mercado para comprar um pão com chouriço quente e seguimos até ao carro. Quando parámos os relógios tínhamos feito cerca de 27kms em 5h30', e 1800 de acumulado. Se juntarmos os 17kms da Fim da Europa, foram 44kms, ou seja, uma espécie de ultra pirata, que muita satisfação nos deu.






Para a História fica esta foto espetacular que diz quase tudo sobre aquele domingo maravilhoso.
Obrigado João Campos, Joel Silva, Zé Bernardino e Nuno Espadinha pela fantástica companhia!



Percurso Fim da Europa
Percurso Da Roca a Sintra

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Correr na serra com Correr na Cidade

Depois de ter começado o ano a experimentar os treinos do João Campos, foi a vez de experimentar os treinos do grupo Correr na Cidade. O treino tinha um bom conceito: correr em Monsanto... à noite! Como tenho andado a treinar com mais afinco os trilhos, achei que seria uma boa oportunidade, até porque iriam estar presentes malta profissional, o que ainda me valeu uns bons conselhos. Outro dos motivos que me levou até ao treino, foi o sorteio do passatempo Azores Trail Run, onde iriam oferecer um convite duplo (dois dorsais) para um felizardo correr no dito trail. Sorteio feito e nada de prémio para mim. Fosse o prémio levar uma sova, e eu seria o grande vencedor.

Mas adiante... Às 19:30 lá se começou a juntar o pessoal junto das Twin Towers. Algumas caras conhecidas dos treinos do João, algumas caras do instagram e caras novas que nunca tinha visto, ou antes, nunca tinha estado com. No total: 15 homens e 1 mulher. O plano era seguirmos um percurso de 10 a 11kms com cerca de 400D+, pela escuridão de Monsanto. O trajeto foi bem escolhido, nunca repetindo as passagens (excepto para beber água) e com um bom grau de dificuldade. Esta dificuldade é acrescida para quem, como eu, usa óculos e sabe o que é ter de correr com as lentes embaciadas. Gostei bastante e, como disse, ir com malta profissional tem coisas muito boas. Numa das descidas, depois de um dos ténis me ter escorregado, o Luis Moura (Ultra-Trail-Maratonista Top Máquina) aborda-me, dando-me uma dicas sobre como "atacar" as descidas e mesmo as subidas, para evitar escorregar. Numa das súbidas mais ingremes que fizemos, de single track e cheia de lama, utilizei a técnica dele e resultou de uma forma que não esperava. Mais à frente, numa descida onde me esqueci de a usar, fui parar com o rabo ao chão. Já agora, a técnica é virar os pés ligeiramente para fora, em vez de ir com eles a direito, aumentando assim a área de atrito da sola com o solo. Isto até pode ser daquelas coisas básicas que todos fazem, mas eu nisto dos trilhos ainda sou um nabiço.

Foi um treino muito bem organizado, desde a obrigatoriedade de frontal para todas as pessoas, dos walkie-talkies usados para a retaguarda comunicar com os da frente, ao percurso escolhido e acabando com a garrafa de água que ofereceram no final do treino. Tudo impecável e que nos deixa com vontade de correr de novo com este grupo. Se as oportunidades surgirem, certamente irei.


No meio de Monsanto

Pequena paragem para esperar por quem ainda vinha a subir.

Aqui, foi sempre a descer a alta velocidade.

A tal subida íngreme e dificil onde só se ia um de cada vez.
Aqui não parece, mas, in loco, foi uma visão espetacular.

O percurso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Rampas

Há por aí muita malta que diz que não dispensa um treino de rampas, que até o fazem mais do que uma vez por semana.

Deixo aqui uma sugestão para todos vós. São só 400metros. Podem fazer este treino só uma vez por semana.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

À terceira é de vez (ou como eu tenho menos sentido de orientação que uma batata sem olhos).

É verdade, tenho tanto sentido de orientação como uma batata com olhos. Como não existem batatas com olhos, o meu sentido de orientação também é inexistente. Ali+as, se eu tiver o azar de participar numa prova e ter de me orientar pelo meu relógio gps, o mais certo é nunca mais ninguém me encontrar e eu começar a viver na floresta a comer raízes, minhocas e lagartixas. Não acreditam, então eu explico.

Em novembro, fui correr a primeira vez para monsanto. Fui com outro gajo que tinha um track fixe de aproximadamente 15kms e que não era muito puxado a nível de desnível positivo. Era, portanto, um bom treino para iniciantes. O percurso é o abaixo.

O percurso original


Como gostei do percurso e porque não conhecia mais nenhum, em janeiro decidi ir lá por minha conta e risco. Equipei-me a rigor, enviei a route para o A-rival e fiz-me à terra batida. Tudo estava a correr bem, lembrava-me vagamente de ter passado naqueles sitios e estava confiante. Mas por volta do km 8, comecei a dar voltas no mesmo sitio. Olhava para o relógio e a setinha do gps indicava sempre para um waypoint onde eu não conseguia ir, e quanto mais andava, mais distante ficava dele. Como era a primeira vez que estava a usar as routes do relógio, estava um pouco às aranhas e, na tentativa de passar para o waypoint seguinte, acabar por andar 4 ou 5 para trás. Escusado será dizer que estava perdido. Isto podia não ser nada de grave, mas já para lá fui tarde e a noite já estava a fazer-se sentir. Como não ia a pensar que me fosse perder, não levava frontal comigo. Como não tenho orientação, mas ainda tenho algum bom senso, decidi começar a descer a estrada de alcatrão. A algum sitio, fora da serra, iria ter. Falhei o carro por 700m, e só fui ter com ele quando usei o gps do telemóvel. Infelizmente, devo ter mexido onde não devia no relógio e o resultado é uma linha reta desde o km 11 até ao local do carro.

Tentativa falhada #1
A seguir ao km 11, apanhei um helicóptero.


Mas eu não desisto facilmente e, passado uma semana, decidi voltar para me vingar do percurso. Fui com mais atenção e de manhã, para ter a certeza que podia lá passar o dia a descobrir o caminho. Segui, sem com um olho no gps e, quando cheguei onde me tinha perdido da outra vez, ao fim de algum tempo de cuidadosa inspeção, lá dei com o percurso certo. O meu peito encheu-se de alegria e um novo fulgor atingiu-me, levando-me a velocidades estonteantes até ao km 10,5, sitio onde me voltei a perder. Chamei todos os nomes que conheço ao relógio, pensei que só podia estar avariado, que eu não me podia enganar assim tão facilmente! Lá segui por uma estrada nova, tentei cortar caminho pela mata, mas só conseguia fazer pior. Finalmente, por obra de alguém que me estava a ver lá de cima e a rir, lá dou com o caminho de novo. Novo momento de alegria, até perceber que o estava a fazer ao contrário. Volta para trás e lá encarrilho de novo na direção e percurso certo. Foi sol de pouca dura, porque ao km 14 já eu andava de novo às voltinhas sempre no mesmo sitio. Novo desespero. Lá me decidi em seguir por outro lado e consegui dar com o caminho que me levou de novo até ao inicio. Os 15kms passaram a ser mais de 17kms, mas mesmo assim, com um melhor tempo.

Tentativa falhada #2
Dá para ver os sitios onde andei às voltinhas ao km 14 e no km 11 onde estava a andar para trás.


Como não há duas sem três, voltei lá de novo para o mesmo percurso. E, pasmem-se, só me enganei ali um cadito de nada numa zona com muitas bifurcações de trilhos. A verdade é que o percurso no gps não é totalmente igual ao percurso que está na serra. As curvas são um pouco mais largas e já percebi que a seta serve como orientadora para o próximo waypoint e mesmo que ela esteja a apontar para um lado, não preciso virar assim que ela muda. Já fiz a distância certa e já segui quase a 100% o trilho certo. Consegui, também, melhorar o tempo, mesmo com as paragens que fiz para ter a certeza que não me iria enganar.

Finalmente, à terceira, lá fiz a coisa mais ou menos toda certa.


Enfim, se um dia me largarem no UTMB, já sabem, só vou dar sinais de vida um ano depois da partida!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ultra? Bora lá ao Ultra! Mas qual Ultra?

Desde que comecei este blog e pouco depois de ter começado nos trilhos, senti o desejo de fazer um trail com mais do que a distância de uma maratona. Tendo já corrido duas, acho que estou pronto para dar este passo. Até hoje, a distância maior que fiz em trail foram 30kms, numa prova noturna e de grande dificuldade para mim, não só porque me tinha iniciado há pouco tempo, mas também porque os treinos não abundavam. Acabei por fazer os 30kms em praticamente 5horas. Desde então, os treinos estão mais intensos e mais especificos, e isto deu resultados, tanto que na prova do TCC de 27kms, concluí-a em 3h30'. Este tempo é inflacionado porque paro demasiadas vezes para tirar fotos.

Mas adiante. Tenho-me sentido bem durante as provas/treinos, sejam longos ou curtos, o que é um bom indicio. Sinto-me sempre capaz de continuar a correr bem mais do que aquela distância/tempo. Por isso, quero muito fazer o meu primeiro ultra. Mas qual?

Quando pergunto a várias pessoas, não há uma resposta unânime. Se uns me falam do Monte da Lua, há logo alguém que diz que para essa distância mais vale o de Óbidos. Que se quero uma distância mais curta dentro dos ultra, para me iniciar, tenho o dos Abutres, o Paleozóico, Almourol, São Mamede, Serra d'Arga, UTAX. Houve até quem me dissesse que o melhor era começar pelo PT281+ (que eu pensei se o número máximo de inscritos, mas afinal é coisa para estar um mês a correr). Os meus amigos que não correm, dizem-me que devo é dedicar-me à pesca e parar de falar de corridas.

Assim, peço-vos ajuda neste tema e que me digam qual o melhor Ultra para eu me estrear, tendo em conta - claro - as vossas experiências.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

No treinar é que está o ganho.

Já aqui disse que estou nisto dos trilhos há pouco tempo. A minha primeira incrusão foi no dia 26 de Outubro de 2014, numa prova de 15km, realizada na minha terra natal. Depois, em Dezembro fiz mais duas provas, uma de 30kms (em Leiria) e outra de 22kms (na Ericieira). Entre estas provas, fui treinando o que conseguia e ainda fiz uma maratona de estrada. Mas correr nos trilhos é muito diferente de correr na estrada, pricipalmente no que à altimetria diz respeito.

Durante as provas, sinto dificuldades em subir a partir de determinado ponto, quando as pernas já fizeram alguns kms ou quando esta é bastante acentuada. As pernas, simplesmente, não sobem o suficiente. Já nas descidas, o meu problema residia nas dores que me afetavam a zona dos joelhos - na corrida da Ericeira, a escadaria final (a descer) foi feita quase ao pé coxinho. Sei que para melhorar isto, tenho de treinar não só as subidas como fazer algum reforço muscular para me aguentar nas descidas, aliado a um plano de alongamentos para que não fique com os músculos "curtos".

Na minha primeira prova deste ano, na 1ª Etapa do Território Circuito Centro, com 27kms, ainda senti dificuldades em correr nas subidas mais ingremes - mas andando sempre a passo rápido -, mas as descidas foram feitas sem dores, oq ue me alegrou bastante. Pude inclusivamente, treinar ao descê-las mais rápido. Isto acontece porque os treinos ficaram mais regulares e quase sempre em trilhos.

Aproveitando que estou em época de exames da universidade e que não estou a trabalhar, fui treinar para Monsanto e a um treino de "Escadinhas & Subidinhas" organizado pelo João Campos.

A prova em Proença-a-Nova tinha sido no sábado, e estava com medo de não me aguentar em Monsanto, num percurso que tem cerca de 15kms. Terça-feira, a meio da manhã, lá segui equipado a rigor. Tirando alguns enganos no percurso, por azelhice minha em seguir o track do GPS, correu melhor do que esperava. Ataquei as subidas e desafiei as descidas, sempre sem dores. Quer dizer, entre o km 1,5 e o 3, voltaram a doer-me as canelas, mas isto é porque não aqueci o suficiente antes de começar a corrida. De resto, fiz 17km em pouco mais de 2h (quando me enganava ficava ali um pouco confuso e abrandava. Mas fiquei satisfeito por conseguir aguentar sem problemas esta distância, 3 dias depois da prova.




Como se um treino não fosse suficiente, decidi fazer um segundo, desta vez por Lisboa e entre escadas e subidas. Estava um pouco receoso que não conseguisse recuperar a tempo do treino matinal ou que a meio do treino tivesse que desistir. Mas isso não aconteceu. Nas subidas acelerava e não tinah qualquer tinho de problemas, já nas escadas, ao fim de algumas repetições, sentia que as pernas não queriam dobrar nem subir o suficiente para subir mais um degrau. Mas forcei, acima de tudo porque me estava a sentir bem e, no final do treino, tinha subido 1964 degraus, em cerca de 11kms.


 


Isto para dizer que é este o tipo de treinos que me fazem falta e conseguir uma melhor performance. Quero continuar a treinar a este ritmo e ver o resultado na próxima etapa, em Vila Velha de Rodão.
E vocês, que tipo de treino fazem para obterem melhores resultados?

1ª Etapa Território Circuito Centro - Proença-a-Nova

Já foi quase há uma semana e ainda não tinha aqui vindo contar nada sobre a prova mais gira que fiz até hoje! Não é que tenham sido muitas, é verdade, mas esta tinha uns cenários espetaculares. Dificilmente consigo descrever os locais por onde passei através de palavras, mas no post abaixo, podem ver algumas fotos tiradas pela organização durante o reconhecimento do percurso. Em alternativa, podem sempre ir ao Quarente e Dois ver as fotos e video do Filipe.

Assim, resta-me falar da minha prova. Descobri que há duas coisas que atrasam o meu andamento: as subidas e as descidas. Descobri também por que é que nunca vou ficar nos lugares do pódio: paro para tirar muitas fotografias. Mas sejamos honestos, eu fico contente se conseguir uma classificação a meio da tabela, por isso, não tenho problemas em parar de 10 em 10 minutos para registar aquele lugar. Mas, dizia eu, que vos ia falar sobre a minha prova. Os 20+ acabaram por ser 26 e uns pozes, o que me levou a pensar num tempo perto das 3h. Arranquei confiante mas sem apertar porque não queria ir abaixo logo na primeira subida. E se havia subidas! Enquanto as consegui subir a correr, fi-lo; quando as pernas já não davam para mais, andei. A determinada zona, um manto de gelo cobria as ervas verdes, dava uma beleza imensa ao percurso. Foi aqui que sujei as calças pela primeira vez, quando fui ao chão duas vezes seguidas. O dia estava solarengo, mas sentia-se o frio, e o vapor da respiração era visivel. Eu uso óculos, quando vou a correr o vento passa por eles e não deixa embaciar as lentes. O mesmo não acontece quando vou a andar ou quase parado. Lentes embaciadas, gelo no chão e uma ladeira, só pode resultar numa coisa. Por volta do km 7, apoio mal o pé esquerdo e senti uma dor no peito do pé. Pensei logo que já tinha estragado tudo, que o tivesse torcido, mas fui aguentando e consegui terminar a prova, tendo um cuidado extra ao pousar o pé.



As subidas, já vos disse que havia muitas subidas? E grandes! Quase intermináveis! Centenas de metros sempre a subir. Ando nisto dos trilhos há pouco tempo, e onde sinto mais dificuldade é mesmo nas subidas. Como não sou atleta de pódio, quando me custa, ando. Nas descidas senti-me mais confiante, muito porque não senti dores durante a prova. Costumava sentir uma dor no parte de fora do joelho direito, que me impedia de correr nas descidas ou mesmo descer escadas. Desta vez não senti nada disso, talvez porque os treinos são mais intensos e adequados aos trilhos.



Acabou por correr muito bem e com tanta subida a andar e as paragens nos abastecimentos, cruzei a meta ao fim de 3h38'. Na próxima etapa, de 25kms, tento ser mais rápido e tirar menos fotos.




Quanto à organização, nada de negativo a apontar. Aliás, só posso mesmo dizer coisas boas. Um secretariado a funcionar às portas da prova; uma tshirt que de tão gira que é, já a usei como roupa normal; marcações impecáveis (a única vez que me enganei foi mesmo por ir a pensar na morte da bezerra); um percurso com um pouco de tudo, desde zonas bastante técnicas até alcatrão apra descansar e acelerar; abastecimentos muito completos e com voluntários extremamente simpáticos; controlos sem ser preciso chips e coisas do género; uma medalha finisher muito original. A outra prova que tinha feito com a Horizontes tinha sido a da Ericiera e tinha ficado com boa impressão deles. Parece-me um bom presságio para me inscrever no Monte da Lua.

Agora, venham de lá as 3 etapas restantes!


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Previsões para sábado de manhã.

Frio, gelo, subidas, água, pedras...








E 26kms de vistas espetaculares e diversão!

(Todas as fotos são da autoria da Horizontes e estão no facebook da prova!)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

2014 de realizações, 2015 de sonhos.

2014 foi um ano que começou muito fraco em termos de corridas. Os treinos eram escassos e as provas não abundaram, tanto que até Agosto de 2014, corri pouco mais de 200kms, o que, diga-se de passagem, é uma grande bosta. Isto deveu-se a alguns fatores, sendo que o principal, a falta de tempo. Vá, se calhar era mais de vontade, mas trabalhar durante o dia, estudar durante a noite (com os trabalhos que se tinham que fazer em casa), tendo apenas tempo para correr de manhã, depois de noites de pouco sono, acabaram por ditar esta parca distância.

No entanto, um grande objetivo estava lá: correr a minha primeira Maratona. Era em Outubro, e só nos finais de agosto é que me dediquei verdadeiramente à causa. Em setembro corri um pouco mais de 162kms e sentia-me preparado para o que aí vinha. E correu bem. Dentro daquilo que tinha feito, conseguir terminar a prova em 3h58' foi para mim uma enorme alegria. Em novembro decidi ir à Maratona do Porto, mal recuperado e ainda menos treinado. Correu francamente pior (mais 30') mas mesmo assim, terminei. Tinha conseguido superar o meu grande objetivo de 2014, duas vezes.

Entretanto, entre uma maratona e outra, tinha chegado àquele momento em que já não sabia que mais poderia fazer, para além de conseguir baixar os meus tempos nas várias distâncias. Mas, sem se esperar, na terra que me viu crescer, houve uma corrida, de trail. Troquei uma prova de estrada noutro local e fui experimentar os trilhos. Sendo que ainda por cima era na minha terra, tinha tudo para resultar. Fui sem ter qualquer tipo de equipamento para estas provas, levando os meus ténis de estrada e tudo. Felizmente o percurso não era muito técnico e só ia fazer os 15kms (pois tinha a maratona do porto no fim de semana seguinte). E resultou tão bem que o bichinho do trail ficou a germinar dentro de mim. E foi crescendo, e crescendo, ao ponto de me começar a inscrever em tudo o que era prova de trail que conseguisse ir. Fiz mais duas: uma em Leiria à noite (30kms) e a da Ericeira (22kms). E quase todos os meus treinos foram em trilhos, fazendo o percurso do trail de São João das Lampas e outros por Monsanto. O pequeno bicho que se instalou em mim naquele dia 21 de outubro, é agora um animal bem grande e enraízado.

Em 2015 os objetivos passaram a ser outros, mais fora da estrada e mais dentro dos arbustos e raízes e pedras e rios e natureza. Já estou inscrito nas 4 provas do Território Circuito Centro, tendo a primeira prova já no dia 10 de Janeiro. E se em 2014 queria muito correr uma maratona, em 2015 quero muito correr um ultra. Quero correr muito mais do que corri em 2014, estabelecendo um mínimo igual ao ano em que estamos: 2015kms. Quero, ao mesmo tempo, melhorar os meus tempos nos 10, 21 e 42kms de estrada. Quero terminar a minha licenciatura para ter mais tempo livre para treinar e conseguir atingir estes objetivos todos. Quero ter um ano sem lesões que me impeçam de correr. Quero que seja mais um ano em que os faço os meus pais chorar quando souberem que me superei novamente. Quero muita coisa, e vou lutar para que todos estes sonhos de 2015 sejam cumpridos!

Que o vosso 2015 seja repleto dos mais altos êxitos!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A primeira do ano.

Já dei a primeira do ano.
Foi a meio da tarde. Demorou um pouco mais de 3horas. No final estava dorido, suado, mas feliz. Mas acho que todas as 16 pessoas que lá estavam, sentiam o mesmo. Há lá melhor maneira de começar o ano do que numa corrida de quase 21kms? Há! Mas isto foi o que se arranjou.

No primeiro dia de 2015 concretizei algo que já queria fazer desde 2014: ir a um treino do João Campos. Foi o Vai Tudo Abaixo (versão xis éle). Às 16h de uma quinta-feira feriado amena, lá estavam 16 corredores à porta de Santa Apolónia, preparadissimos para uma corridita, que começou em Santa Apolónia em direção a Monsanto e terminou de novo em Santa Apolónia.



Depois da apresentação pelo João, lá seguimos nós estrada fora. Como ele pensa que as pessoas aquecem em cem metros, aos 101m começámos logo a subir. Foi a primeira de muitas subidas que fizemos ontem. Esta ainda a consegui fazer toda a correr. A seguir, bem, a seguir acho que foi aquilo que o João já habituou as pessoas: subidas, escadas, descidas, um percurso nada repetitivo, passagem por locais onde se pode beber água, ninguém ficar para trás e muita boa disposição e alegria para todos. E claro, fotos, muitas fotos para mais tarde recordar.

Houve escadas a descer...




Houve escadas a subir...



Houve subidas...





Houve abastecimentos (não dá para ver, mas ao lado há uma loja vegetariana)...



Houve passagem por Monsanto...



Houve Jardins da Gulbenkian à noite...



Houve pôr do sol e Lisboa iluminada...




Houve foto com o "Red Lonely Heart"...



Acima de tudo, houve um grande grupo e boa disposição.






No final, foram 20.8kms em 3h06', com um acumulado de cerca de 700m. E é como o João diz, "a vida não é só corrida" e isto foi apenas o expurgar das calorias dos excessos do Natal.